domingo, 5 de junho de 2011

Capítulo 1 - Sentir e amar... ( Parte II )

Entretanto, Daniela acordava depois de uma longa noite de sono. Como todas as suas amigas, ela foi tomar um duche mas deixou secar o cabelo ao natural, visto que não tinha muita pressa pois só precisava de ir para a faculdade da parte da tarde. Vestiu uma camisola de manga comprida branca, com um desenho em tons de castanho, um casaco largo também castanho, calças de ganga e os ténis a combinarem com o casaco. Fez um rabo de cavalo, pôs um pouco de gloss e rimel, e rapidamente estava pronta. Dirigiu-se para a cozinha e quando reparou que não havia nada na dispensa, saiu de casa para fazer algumas compras.


Tinha acabado de tocar na faculdade de Sílvia, e desapareceram todos num ápice da sala. Sílvia fora a última a sair, o que a deixou sozinha com o seu professor; mas ela não ligou muito, e dirigiu-se para a porta.
- Sílvia. - chamou-a e ela virou-se imediatamente para trás - Ficaste contente pela escolha do estágio?
- Sim, 'stor. Obrigada! A mim dá-me muito mais jeito, pois fica bem perto de minha casa. - sorriu - É... Muito obrigada mesmo.
- Não tens de agradecer, Sílvia. - aproximou-se dela e tocou-lhe com a mão no seu braço, arrepiando-a.
- Bem 'stor, eu tenho de ir. - avisou voltando-lhe costas.
- Tudo bem. Boa sorte para o estágio! - desejou-lhe e ela apenas sorriu e saiu da sala.


No hospital, o rapaz ainda esperava por saber notícias de Andreia... Ele naquele momento não sabia nada, nada que o fizesse parar de chorar. Ele a esta hora devia de estar na faculdade, a sair da sua primeira aula da manhã, mas não... Ele estava num hospital, depois de ter atropelado uma rapariga! Ele só se culpava, e andava de um lado para o outro da sala de espera. Ele precisava de notícias... Entretanto, um homem alto, com uma bata branca, aproximou-se dele.
- Acompanhante de Andreia Meireles?
Ele não sabia o nome dela, mas ao ver que ninguém debatia sobre nada, pronunciou-se. 
- Sim, sou eu. Como é que ela está, doutor? - perguntou-lhe apreensivo.
O doutor Tomás Correia - como ele tinha visto na pequena placa, afixada na bata, junto ao peito - silenciou-se durante poucos segundos, e o coração do rapaz bateu o mais rápido que pudera.
- Quando a Andreia caiu, ela bateu com a cabeça e desmaiou em escassos segundos, pois o seu cérebro, com o impacto, bateu contra as paredes do crânio, causando uma lesão difusa...
- Doutor, ela está bem, ou não? Eu não estou a entender nada! - interrompeu devido ao seu estado de nervos por não perceber o que o médico lhe dizia.
- Ela está estável... Ela teve um traumatismo crânio-encefálico. 
Os olhos do rapaz, que até à minutos estavam normalizados, abriram tanto era o espanto e a tristeza dele. As lágrimas caíram-lhe pela face, sem saber muito bem o motivo.
- Desculpe, mas foi muito rápido para nós podermos agir. Mas olhe, ela vai ficar bem, acredite! Você é namorado dela, senhor...? 
- Duarte. Não, não sou. Foi tudo um acidente...


***


Daniela chegara a casa, segurando vários sacos. Pousou-os na cozinha e guardou tudo dentro da dispensa e do frigorífico. Verificou as horas no relógio da cozinha e ainda não eram 11 horas, por isso ela decidiu ir para a sala ver um pouco de televisão. Fez uma sandes e sumo natural, e sentou-se no sofá. Ligou a televisão e ficou a ver um programa na SIC Radical, e entretanto ouviu o telemóvel tocar, e rapidamente apressou-se em ir buscá-lo e atendê-lo.
- 'Tou?
- Olá, amor! - ela não precisou de olhar para o visor do telemóvel para saber quem era, a sua voz era inconfundível.
- Olá! - ela sorriu feita parva, mas ele não lhe adivinhou esse sorriso.
- Então está tudo bem com a minha menininha? - perguntou-lhe e ela não pôde deixar de se rir ligeiramente; ela adorava quando ele lhe tratava por esses nomes.
- Está sempre tudo bem, e contigo? 
- Podia muito bem estar melhor... - a sua voz molengou um pouco, e Daniela percebeu perfeitamente onde ele queria chegar.
- Queres vir cá a casa, é? - perguntou-lhe num tom travesso, seguido por gargalhadas de ambos.
- Elas não 'tão aí? 
- Não, amor. Elas 'tão na faculdade. Eu estou sozinha. - informou-o sorrindo, dando ênfase à última palavra.
- Ah, então eu quero ir aí. Há tanto tempo que não te vejo... - molengou novamente, e ela adivinhou-lhe um beicinho nos lábios.
- Dois dias, amor! Mas vem, que eu estou a morrer de saudades tuas! - ele sorriu-lhe depois daquela confissão.
- Eu também amor. Em 10 minutos estou aí. Beijos, amo-te. - despediu-se tanto era a pressa para estar com ela.
- Vem lá, amor. Também te amo. - desligaram a chamada em simultâneo, e Daniela não resistiu em soltar um longo suspiro.
A sua relação com Ricardo já teve muitos altos e baixos, mas eram estes momentos que faziam Daniela acordar de manhã com um grande sorriso no rosto. Mas melhor que isso, era sorrir por ele, e vê-lo sorrir por ela! Para ela, Ricardo era a pessoa mais fantástica do mundo, e ela amava conversar, passear, e fazer tudo com ele! E nunca, nunca se cansava disso... Ela sorriu ao ouvir a campainha tocar, e correu para abri-la. Assim que se deparou com Ricardo à sua frente, pulou para o colo dele e abraçou-o. Daniela encostou o seu rosto ao pescoço dele, e aquele cheiro inebriava-a... Deixava-a simplesmente perdida no mundo... Encarou-o rapidamente, e a sua boca procurou a boca dele, e tocaram-se levemente. Não se dando por satisfeito, Ricardo puxou-a mais contra ele, caminhou até dentro de casa, fechando a porta com o pé, e beijou-a como ela tanto queria. Assim que a sua boca encontrou a dela, novamente, as suas línguas dançaram um bailado harmonioso, só dele e dela... Só de lhe tocar, Daniela arrepiava-se. Não que ela não estivesse habituada, porque estava... Arrepiava-se apenas porque apesar de ele ser sempre o mesmo, a cada dia que passava ela só pedia por mais, mais e mais... Ela pedia por ele, e ele fazia o mesmo... Era uma sensação única, e toda a gente poderia não achar decente toda aquela compaixão, mas para eles aquilo era natural como andar, e tão necessário como respirar. Ricardo deu alguns passos com ela ainda no colo, beijado-a, e inclinou-se para deitá-la no sofá. Deitou-se de imediato por cima dele e sorriu-lhe. Ele era um pouco pesado, mas era um peso confortável, e por isso não a incomodou esse aspecto. Ele beijou-a novamente, e as suas línguas percorreram a boca um do outro velozmente. Eles queriam mais, mais, e mais! Eles queriam matar todas as saudades que tinham... Mesmo terem sido apenas dois dias afastados. Mas para os dois era muito, muito tempo... E eles queriam matar as saudades da melhor maneira. A mão fugaz de Ricardo redescobria cada curva do corpo da namorada, enquanto que as mãos dela ficavam quietas, mas a sua vontade era fazer o mesmo. Uma nova sensação dominou-os e eles sorriram ao perceber. Daniela empurrou Ricardo levemente, mas aquilo não poderia acabar daquela maneira...
- Onde vais? - perguntou-lhe olhando-a a afastar-se.
- Vou buscar uma coisa. - ela sorriu traquina e ele sentou-se no sofá à sua espera.
Não demorou muito até ela voltar para a sala, com um pequeno pacotinho cerrado no punho, e ele sorriu-lhe ao perceber. Voltaram-se a deitar, mas desta vez Daniela por cima. Ela delineou um caminho com beijos repenicados até ao lóbulo da orelha dele, o que o fez estremecer, até chegar ao seu pescoço, onde fez um chupão. Ela sorriu genuinamente e ele não resistiu em beijá-la mais uma vez. Ela continuou a beijá-lo, e com a ajuda de Ricardo, despiu-lhe a camisola. Beijou o seu peito, e a sua barriga, onde circulou o seu umbigo com beijos suaves e doces. Com a sua língua tocou levemente a barriga definida de Ricardo, e estremeceu. Ele virou-se dificilmente, e trocaram de posição. Ele beijava-a no pescoço, deixando-a soltar um longo suspiro que foi calado por um beijo. Ele sorriu ao ver o estado da namorada. Com vida própria, as mãos dele despiram a camisola dela, e beijou o seu peito e a sua barriga insaciavelmente. As mãos dele chegaram ao cinto dela e ela levantou-se um pouco facilitando tirar as suas calças. Ele beijou-a vendo-a apenas de roupa interior. Beijou-a, acariciou-a e de seguida tirou também as suas calças. Rapidamente despiram as únicas peças de roupa que faltavam, e depois de muitas juras de amor e beijos, entregaram-se um ao outro, como tanto desejavam.

Capítulo 1 - Sentir e amar... ( Parte I )

O despertador tocava à hora habitual no quarto de Andreia, e assim que ouviu a mesma música irritante de sempre apressou-se em carregar no botão vermelho do telemóvel para desligá-lo. Àquela hora, o sol ainda estava encoberto e poucos ruídos se ouviam na rua, mas Andreia tinha de se levantar na mesma para se arranjar e ir para as suas, tão esperadas, aulas de dança. Dirigiu-se rapidamente para a casa-de-banho onde tomou um duche rápido, mas saboreando cada gota de água a passar pelo seu corpo nu. Assim que terminou, abriu a porta transparente do pulivan e esticou o braço para alcançar a toalha, e enrolou-se imediatamente, saindo de dentro e pisando o pequeno tapete verde. Colocou outra toalha no cabelo e esfregou-o, e de seguida secou-o. Voltou para o seu quarto, causando o menor ruído possível, e abriu o seu armário à procura de uma roupa simples. Acabou por escolher umas calças cinzentas, uma camisola de malha e as suas botas UGG da cor da camisola. Pegou na mala de treino, e colocou dentro uma t-shirt branca, uns calções curtos beje, umas calças largas pretas, os ténis e as sapatilhas de pontas. Também guardou o telemóvel e o mp4, que o usaria no caminho, e entrou novamente na casa-de-banho, escovando rapidamente o cabelo, maquilhando-se levemente e pondo um elástico no pulso, pois iria precisar dele mais tarde. Agarrou na mala e saiu do quarto, dirigindo-se para a cozinha, onde pousou-a e abriu os pequenos armários à procura de algo para comer. Nem a Sílvia nem a Daniela estavam de pé, por isso ainda não tinham ido às compras e não havia nada que se pudesse comer. Então, pegou na mala e saiu de casa, em direcção à pastelaria mais próxima. Comprou uma sandes com fiambre e um galão, e poucos minutos depois já estava a dirigir-se para o metro. Ainda tinha de andar um pouco até chegar lá, mas isso não a incomodava nem um pouco pois ela já estava habituada à sua rotineira vida. Tirou de dentro da mala o mp4, colocou os phones nos ouvidos e ligou-o, ouvindo uma das suas músicas preferidas aleatoriamente, e que por acaso seria, provavelmente, uma das músicas que ela teria de dançar, visto que era muito tocada no momento. Então, começou a imaginar-se a entrar num palco com uma grande plateia, e a mesma música tocava em toda a sala. Ela dava passos rápidos angelicalmente e, seguida por dois colegas, desenharam a dança perfeita, tudo feito da melhor maneira, feito por Andreia Meireles... Na pausa instrumental, ela sentava-se no chão e fazia uma cambalhota seguida por uma elevação perfeita, e uma salva de palmas ecoou na grande sala. Ela sorria ao ver que a sua prestação deixava pessoas de boca aberta. Andreia sentiu ser empurrada por uma força vinda sabe-se-lá-de-onde, e caiu redonda no chão. Não, aquilo não era a imaginação dela - era mesmo a realidade. Segundos antes, ainda imaginando a sua apresentação, ela passara por uma passadeira, e por consequência da sua imaginação fértil, não olhou para nenhum dos lados e por isso um carro embateu contra ela. O rapaz que o conduzia - alto, moreno de olhos azuis, tremeu ao ver o que tinha causado. Saiu rapidamente do carro para acudi-la, quando viu a rapariga estendida no chão. Aproximou-se dela e Andreia tinha os olhos prontos a fechar-se.
- Ai eu não acredito... Você está bem? - perguntou o rapaz assustado, sentindo uma leve pontada no coração: ele tinha magoado alguém, e isso magoava-o também.
Abaixou-se rapidamente e viu que a rapariga perdera os sentidos, mas ele nada podia fazer. Pegou no seu telemóvel e marcou o número 112, e poucos segundos depois uma mulher atendeu do outro lado. Assim que explicou resumidamente o que se passara e onde estava, desligou a chamada e duas ou três pessoas juntaram-se a ele.
Ficou pouco mais de 30 minutos à espera da ambulância, e Andreia ainda estava desmaiada, mesmo depois de tudo o que fizeram para tentar acordá-la. Agora estavam os dois dentro da ambulância com destino ao Hospital da Luz. Em menos de 10 minutos a ambulância parou em frente ao portão principal, e levou Andreia na maca para uma sala. O rapaz, que era desconhecido para Andreia, estava na sala de espera, como se fosse um familiar da rapariga, mas nem o nome dela sabia... As lágrimas percorriam o seu rosto velozmente. Nunca lhe tinha acontecido uma coisa dessas, e isso deixava-o apreensivo. "Será que ele tinha roubado uma vida?", era a única coisa em que ele pensava. "Espero bem que não! Ela não merecia... Pelo menos parecia não merecer!".

Em casa de Andreia, Sílvia já tinha acordado... Aliás, não muitos minutos depois de Andreia ter saído. Tomou um duche rápido, secou o cabelo e voltou para o seu quarto. Para vestir, escolheu umas leggins pretas, uma camisola larga roxa e os seus all-star também pretos. Escovou o cabelo, maquilhou-se e guardou dentro da sua mala XXL branca tudo o que precisava para as aulas. Ela estava ansiosa por descobrir onde faria o estágio até ao final do ano. Sabia que ia ficar ou no Sporting, no Benfica ou no Restelo... Apesar de ela preferir a Luz, já que morava bem perto de lá. Pegou na sua mala e foi até à cozinha, e do cesto da fruta tirou uma maçã para comer depois da sua primeira aula, visto que já estava um pouco atrasada. Abriu a porta e ouviu Daniela sair do seu quarto, dirigindo-se para a casa-de-banho, mas ela nada falou e saiu de casa rapidamente. Tirou de dentro da mala a chave do carro e entrou de seguida. Colocou a chave, rodou-a e fez-se a caminho para a faculdade. Estava algum trânsito, o que lhe dificultava chegar à faculdade mais cedo, mas ela nada podia fazer, por isso esperou (como os outros) até arrancar e chegar. Estacionou o carro um pouco longe, visto que não havia lugares perto, e entrou de seguida. Já tinha tocado para a primeira aula, por isso ela correu até chegar à porta da sua sala e bateu entrando. Os olhares dos seus (poucos) colegas focaram em si, e o seu professor sorriu ao vê-la, mesmo estando atrasada. Aliás, ele sempre fora muito simpático com ela... Talvez mais com ela do que com os outros colegas, e ela sempre sentiu um grande carinho por ele. Ele era era muito simpático, divertido, e tinha um sorriso que deixava qualquer rapariga encantada, mas ele sempre ficava no seu lugar de professor e ela no de aluna.

Apresentação das personagens

Andreia Meireles - uma jovem de 17 anos, frequenta o 1º ano da Universidade Técnica de Dança em Lisboa. É apaixonada por dança, é muito simpática, divertida e adora festas. Preza muito as suas amizades e não desgruda delas por nada deste mundo. Para si, a família e os amigos são a coisa mais importante na vida, e tem uma opinião sempre bem concreta, o que a deixa às vezes um pouco mal vista. Gosta de se arranjar e de ir às compras, e faz uma colecção de anéis. Já sofreu muito com a vida e não gosta de dar segundas oportunidade. Tem uma irmã mais nova - Filipa, com apenas 4 anos, e adora a sua companhia. Tem os seus ideiais bem definidos, mas ao longo do tempo perceberá que isso só lhe trará desvantagens. Tem cabelos chacheados loiros, olhos verde-esmeralda e mede 1,72 m.

Sílvia Correia - uma jovem de 20 anos, frequenta o 2º ano da faculdade de psicologia. Sonha em ser uma psicóloga desportiva conceituada e adora conversar e conhecer pessoas novas. Faz facilmente amigos, e o seu lindo sorriso é o seu traço mais característico. Adora as suas melhores amigas - Andreia e Daniela, e passa os momentos mais marcantes com elas. A sua mãe morreu quando ela era nova, e viveu sempre com o seu pai e com o seu irmão mais velho, e por isso sentiu desde aí falta de uma figura feminina na família. Sabe quais são as suas prioridadades, só que algo lhe faz mudar todo o seu "destino". Tem cabelo ruivo, o que ela preza muito, pois muitos pensam que a cor não é natural; tem olhos castanhos e mede 1,69 m.

Daniela Monteiro - uma jovem de 19 anos, frequenta o 2º ano de faculdade de línguas e humanidades. Ambiciona ser intérprete linguística, pois adora viajar e "descobrir" novas culturas. É apaixonada pela escrita, e um dos seus hobbies é escrever. Adora fotografar e passear. Vive com as suas melhores amigas, e namora com Ricardo, há sensivelmente 9 meses. Adora estar com ele, e por isso nos últimos tempo tem-se desviado das amigas e da família, mas sempre ligada aos estudos, visto que é a sua maior prioridade. Já participou, como figurante, numa série televisiva, e adorou a experiência e então gostava de voltar a repetir. Tem cabelos castanhos, com madeixas loiras, olhos azuis e mede 1,79 m.

Ao longo da história aparecerão novas personagens, mas na altura serão devidamente apresentadas.